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A língua é viva! Brasil ganha mais de mil novas palavras

setembro de 2021
Foto: Pexels - Pixabay

A Academia Brasileira de Letras (ABL) acaba de lançar seu novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). A obra registra o acréscimo de mais de mil novos vocábulos ao português que falamos e escrevemos, levando o número de palavras no Volp a 382 mil.

Segundo a ABL, muitos acréscimos estão relacionados aos novos termos originados do desenvolvimento científico e tecnológico, às palavras surgidas no contexto da pandemia do novo coronavírus, ao registro mais abrangente de nomes de povos indígenas, língua e família linguística, assim como termos técnicos das diversas áreas do conhecimento e novos vocábulos de uso comum, muito divulgados na mídia impressa e em textos acadêmicos, sempre de acordo com os critérios de formação de palavras da língua-padrão.

A ABL acrescentou palavras como "feminicídio", "sororidade", "negacionismo", além de "crossfit", "pós-verdade" e outras relacionadas à pandemia de Covid-19, como "home office", "lockdown" e o próprio nome da doença, grafado com letra minúscula ("covid-19") pela Academia.

 Veja, abaixo, alguns exemplos e seus significados, segundo a ABL:

 • home office: no Brasil, significa trabalhar de casa, mas, no inglês, a expressão equivalente seria "work from home". Literalmente, em inglês, "home office" significa "escritório de casa". (A ABL não traz uma definição para o termo).

 • infodemia: volume excessivo de informações, muitas delas imprecisas ou falsas (desinformação), sobre determinado assunto (como a pandemia, por exemplo), que se multiplicam e se propagam de forma rápida e incontrolável, o que dificulta o acesso a orientações e fontes confiáveis, causando confusão, desorientação e inúmeros prejuízos à vida das pessoas.

 • feminicídio: delito de homicídio praticado contra mulher decorrente de violência doméstica ou familiar e/ou por motivo de menosprezo ou discriminação de gênero.

 • necropolítica: uso do poder político e social, especialmente por parte do Estado, de forma a determinar, por meio de ações ou omissões (gerando condições de risco para alguns grupos ou setores da sociedade, em contextos de desigualdade, em zonas de exclusão e violência, em condições de vida precárias, por exemplo), quem pode permanecer vivo ou deve morrer. O termo foi cunhado pelo filósofo, teórico político e historiador camaronês Achille Mbembe, em 2003.

 • pós-verdade: Informação ou asserção que distorce deliberadamente a verdade, ou algo real, caracterizada pelo forte apelo à emoção, e que, tomando como base crenças difundidas em detrimento de fatos apurados, tende a ser aceita como verdadeira, influenciando a opinião pública e comportamentos sociais. Também pode ser um contexto em que asserções, informações ou notícias verossímeis, caracterizadas pelo forte apelo à emoção e baseadas em crenças pessoais, ganham destaque, sobretudo social e político, como se fossem fatos comprovados ou a verdade objetiva.

 • sororidade: sentimento de irmandade, empatia, solidariedade e união entre as mulheres, por compartilharem uma identidade de gênero; conduta ou atitude que reflete este sentimento, especialmente em oposição a todas as formas de exclusão, opressão e violência contra as mulheres.

É possível consultar as novas palavras e suas grafias on-line.