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Hugo Bastos: "saber fazer perguntas é a chave para lidar com a IA"

agosto de 2023
Foto: SP Leituras

O ChatGPT é um dos assuntos mais comentados nos últimos meses. Lançado em 30 de novembro de 2022, se tornou uma ferramenta revolucionária de grande repercussão, ganhando espaço de debate em diversos meios. A enorme popularidade do ChatGPT também trouxe à tona questões mais amplas, como a Inteligência Artificial Generativa.

A sigla significa Chat Generative Pre-trained Transformer, que pode ser traduzida para Transformador Pré-treinado Gerador de Conversas. Na prática, o ChatGPT é um modelo de Processamento de Linguagem Natural (PLN), ou seja, um software capaz de processar grandes quantidades de dados e reproduzir a linguagem humana de forma precisa.

“A Inteligência Artificial Generativa finalmente é capaz de produzir textos, áudios e imagens de forma quase autônoma. Esses avanços impactam diretamente a nossa forma de trabalhar e pensar soluções”, explica o Prof. Dr. Hugo Bastos de Paula (PUC Minas), atual coordenador do curso de Bacharelado em Ciência de Dados da PUC Minas, com mais de 20 anos de experiência com o ensino de Inteligência Artificial, Mineração de Dados e Aprendizado de Máquina. 

Convidado da Programação Cultural da Biblioteca, que teve a mediação de Carlos Roberto Severian de Carvalho (Sabesp), o especialista falou sobre os desafios a serem enfrentados pelo desenvolvimento tecnológico ao futuro do trabalho e os impactos gerados pelas IA Generativas, em especial o ChatGPT.

A colaboração entre inteligência artificial (IA) e a inteligência humana

O ChatGPT é um chatbot com inteligência artificial (IA) programado para interagir com humanos e oferecer respostas automáticas e criativas. O grande salto (disrupção) da IA Generativa em relação à etapa anterior é a sua capacidade de gerar conteúdo original a partir de dados existentes, em geral, extraídos da internet. Para treinar o modelo e servir de base de informações para o ChatGPT, foram utilizadas fontes como Wikipédia, livros, artigos acadêmicos e toda a imensidão de conteúdos da web — incluindo posts de redes sociais e entrevistas que ajudam a IA a aprimorar suas habilidades de comunicação com os humanos e em diferentes idiomas., em resposta a instruções do usuário.

Nesse contexto, para o especialista, a revisão humana para complementar as atividades, produtos e novos conteúdos produzidos pela inteligência artificial (IA) é crucial e deve funcionar como suporte para decisões finais. Na visão de Bastos, a tecnologia foi desenvolvida para somar com a inteligência humana, ou seja, para trabalhar em conjunto com os humanos e complementar as suas atividades. Portanto, as validações devem ser feitas pelos seres humanos, o que significa dizer que “tudo que a IA produzir deve também ser revisada pelos humanos”, segundo ele.

Para além dos diversos benefícios e infinitas possibilidades, a IA traz desafios significativos aos profissionais de tecnologia e de todas as áreas. Assim, no contexto atual, é essencial desenvolver mecanismos de forma responsável, tendo em vista não apenas a eficiência e os resultados, mas também as questões éticas e sociais dessas ferramentas que interagem e impactam diretamente a vida das pessoas e empresas.

Diante de um sistema potente como a IA, grandes responsabilidades e questões surgem: como lidar e evitar algoritmos que podem reproduzir vieses discriminatórios ou como garantir o uso e o desenvolvimento ético e inclusivo da IA em todas as suas aplicações. 

Prompts : saber fazer perguntas é a chave para utilizar o IA a seu favor

Os prompts do ChatGPT são comandos dados à plataforma para direcionar o modelo de resposta que ela deve dar ao receber uma entrada de texto, geralmente, uma pergunta. Esses prompts podem ter diferentes finalidades servindo, por exemplo, para resumir ou traduzir um texto, criar respostas em tópicos etc. Desse modo, em um cenário em que as respostas se tornaram quase que “commodities”, saber fazer as perguntas certas à plataforma se torna uma habilidade essencial para os profissionais, na opinião do professor.

Bastos optou por não utilizar o ChatGPT na preparação da sua apresentação aos sabespianos, na tarde de 21 de julho. No entanto, poderia ter feito. Simples assim? Nem tanto. O tema, que é na mesma medida instigante e polêmico, ainda carrega mitos e verdades.

Assista a live na íntegra pelo Workplace e conheça mais sobre as inúmeras possibilidades do ChatGPT e IAs Generativas.